quarta-feira, 20 de maio de 2015

Quando se deixa de amar

"Quando se deixa de amar, o amor vira outra coisa. Ou o amor continua a ser o que sempre foi e um sentimento alienígena o bloqueia. Eu não sei, nunca soube. Quando se deixa de amar alguém é que se percebe que a barba dele não faz cócegas; arranha e dá coceira. Que a voz dele não é tão grave e tão profunda quanto se pensava. Que as piadas dele são pura idiotice, que aquela toalha em cima da cama não é uma graça, é uma hecatombe nuclear, e que não, a mãe dele nunca foi bacana, onde estávamos com a cabeça?
Quando se deixa de amar, deixa-se de amar. Os beijos não são tão profundos, os sussurros, francamente, são irritantes, o gozo é rápido e bobo e onde estão minhas coisas, pelo amor de Deus, que eu quero voltar para a minha casa."
De quem seriam essas palavras!? Da Fal, claro! Ela e essa capacidade abissal de captar as coisas nos seus mínimos detalhes, nas suas faces mais lindas (e tristes, porque não??)!
Li e fiquei me perguntando: e quando nunca se amou!? Não me refiro à sensação amorosa, de querer bem e cousa e tal. Falo da vivência desse sentimento, da materialização do afeto, algo mais importante que simplesmente senti-lo. Daí a coisa ganha contornos mais áridos, mais cinzas, menos azuis!
Boa semana!